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Curso sobre febre maculosa reúne 220 profissionais em Curitiba
O curso sobre febre maculosa brasileira, realizado pelo CRMV-PR na última sexta-feira (04), teve casa cheia: 220 participantes estiveram no Salão de Atos do Parque Barigui, em Curitiba, para aprender um pouco mais sobre esta zoonose transmitida por carrapatos.
O tema é de interesse dos profissionais que atuam na área da saúde pública, gerando debate no Paraná principalmente em função da grande quantidade de capivaras existentes nos parques públicos. Por isso o professor doutor Marcelo Labruna, da USP, apresentou dados de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida tendo as capivaras como ponto central de estudo.
De acordo com o levantamento, em São Paulo as capivaras se abrigam na mata ciliar, que também é habitat dos carrapatos; já no Pantanal, onde há predadores como as onças, as capivaras não adentram a mata para buscar refúgio, o que influencia diretamente no contato do animal com os carrapatos e consequentemente no risco de disseminação da febre maculosa brasileira.
Outro fator determinante é o comportamento humano nas áreas de risco de exposição à doença. De acordo com o professor doutor Matias Juan Pablo Szabó, se as pessoas estiverem se movimentando em uma área cimentada no parque, o risco é praticamente zero se comparado àquelas que se sentam à grama para fazer piquenique, por exemplo.
Embora a zoonose não seja endêmica no Paraná, o professor Rafael Vieira apresentou o projeto desenvolvido em conjunto por universidades de todo o estado para mapear os carrapatos infectados. O trabalho de prevenção e vigilância chegou a ultrapassar fronteiras: o grupo treinou agentes de endemia de Foz do Iguaçu, Paraguai e Argentina para fazer arrasto de flanela e identificação de carrapato em laboratório.
Letalidade
Durante o curso, um dos temas mais discutidos foi o risco da febre maculosa brasileira para os seres humanos. A doença é rara, mas chega a alcançar índices de até 80% de letalidade.
Com sintomas comuns, como febre aguda, o diagnóstico se torna mais difícil. E, sem um diagnóstico precoce, a efetividade do tratamento reduz drasticamente.
Por isso o Ministério da Saúde colocou a zoonose desde 2002 na lista de doenças de notificação compulsória. A notificação deverá ser feita à Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS/MS pelo Disque-Notifica 0800-644-6645, via e-mail notifica@saude.gov.br ou pelo site www.saude.gov.br/svs.