Geral
Governo japonês implementa no Amazonas avicultura orgânica
Melhoramento da ração e do sistema poedeiro, técnicas de cultivo e adubação orgânica, além de cruzamento de linhagens para aprimoramento genético, são algumas práticas abordadas pelo especialista enviado a Manaus.
O presidente da Cames, Mitsuyoshi Kamezaki, estima que, até o fim deste ano, cinco produtos da cooperativa devam receber selos de qualidade japoneses, algo que resultará em aumento de 35% nas vendas no segmento hortigranjeiro da cooperativa.
“Até o fim deste semestre, já estaremos produzindo hortaliças e ovos bem maiores sem utilizar agrotóxicos ou rações industriais. É evidente que produtos com selo verde são bem mais valorizados no comércio, o que nos dá a garantia de sucesso dessa empreitada”, afirmou.
Kamezaki avalia que a melhora do preço do produto pode gerar uma tendência ao plantio e à monocultura, embora os cooperados sejam orientados a investir em capacitação e na identificação de novas alternativas de renda para incentivar a diversificação da produção. “Não podemos vender um só tipo de produto, pois seria uma conduta perigosa para o nosso desempenho no mercado, mesmo em tempos de economia fortalecida como o que estamos vivenciando”, acrescentou o presidente da cooperativa.
De acordo com o especialista hortigranjeiro da Jica, Shoichi Toyosato, a capital possui vastas extensões de terra naturalmente frágeis, o que é uma desvantagem para a agricultura local. A parceria, disse Toyosato, “será no sentido da capacitação dos 20 cooperados nas técnicas de desenvolvimento e adaptação de frutas e verduras para o clima quente, mas principalmente de oferecer às indústrias japonesas do PIM (Pólo Industrial de Manaus) alimentos com garantia de qualidade absoluta”.
Produção mensal - Dados da Cames afirmam que cerca de 2 milhões de ovos e 870 quilos de hortaliças são produzidos mensalmente nas estações cooperadas de Manaus, montantes cuja soma representam cerca de 8,5% de participação de mercado.
“Entendemos que há um grande potencial a ser explorado, sobretudo a partir da inserção de novas tecnologias e conhecimento das nuances de produção local. Mas a certificação orgânica reconhecida pelo governo japonês através da Jica será de extrema valia para abrirmos novos nichos de mercado”, comentou o presidente da cooperativa, Mitsuyoshi Kamezaki.
A parceria entre a autarquia japonesa e a Cames, de acordo com Kamezaki, tem previsão para em até dois anos receber cerca de US$ 1,8 milhão que serão destinados principalmente para o intercâmbio de profissionais entre os dois países após as ações de implementação no começo de 2007.
A Jica, do inglês Japan International Cooperation Agency, é uma autarquia japonesa vinculada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros responsável pela implementação de programas e projetos de cooperação técnica do Japão com os países em desenvolvimento, visando à melhoria das condições sócio-econômicas dos habitantes desses países.
Fonte: Jornal do Comercio