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Brasileiros têm reforço para vacina contra a Influenza Aviária
Conforme o veículo de divulgação científica, pesquisadores do Instituto Butantã (São Paulo, SP) anunciaram que um adjuvante chamado Monofosforil Lipídio A (MPLA) revelou-se capaz de reforçar a resposta imunitária às cepas vietnamita e indonésia do vírus da Influenza Aviária. O experimento foi realizado em cobaias.
Explicando que adjuvantes são substâncias químicas que melhoram a eficiência das vacinas aumentando sua habilidade de estimular o sistema imunitário, o SciDev cita Isaías Raw, diretor do Butantã, segundo o qual o MPLA reduziu a um quarto do normal (25%) a quantidade de antígeno – proteína viral – necessária ao desencadeamento de uma resposta imunitária, o que reduziu o custo de produção da vacina. Agora, estão sendo programados testes em humanos, com os resultados previstos para o final de 2008.
O SciDev também procurou ouvir a opinião de técnicos sobre a questão, entre eles a diretora da OMS – Organização Mundial da Saúde na área de pesquisa de vacinas, Marie-Paule Kieny, que se mostrou cautelosa com os resultados porque – esclareceu – os efeitos alcançados estão restritos às cobaias e ainda é cedo para assegurar que se repetirão entre humanos. Mas saudou a iniciativa e ressaltou que a OMS vem desenvolvendo um trabalho conjunto com o Instituto Butantã visando ao desenvolvimento de uma vacina humana com potencial suficiente para prevenir a cepa H5N1 do vírus da Influenza Aviária.
Para Isaias Raw, diretor do Butantã, o uso do MPLA vai possibilitar ao Brasil e a outros países em desenvolvimento produzirem suas próprias vacinas, saindo da dependência das importações de países desenvolvidos.
O site ainda comenta que, a despeito dessa e de outras iniciativas do gênero (neste instante, pelo menos 10 países trabalham - em cultura celular ou através de ovos embrionados – no desenvolvimento do protótipo de uma vacina eficaz), o produto final necessário só estará amplamente disponível depois de decorridos alguns meses do “estouro” da pandemia (se ela acontecer). Isso ocorre porque, entre outras razões, só é possível produzir a vacina final a partir da cepa pandêmica, não de suas antecessoras.
Acima disso, porém, o que mais preocupa a OMS é a limitada capacidade de produção existente, hoje inferior a 400 milhões de doses anuais, podendo chegar aos 2,3 bilhões de doses entre 2008 e 2009. Na ocorrência de uma pandemia seriam necessários, aponta a OMS, doze bilhões de doses para imunizar toda a população mundial com as duas doses necessárias.
Fonte: AviSite