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Laboratório portátil pode revolucionar detecção da I.A.
No encontro, pesquisadores, cientistas e fabricantes estarão discutindo o desenvolvimento e o potencial de um dispositivo portátil capaz não só de analisar o material coletado de aves mortas, mas também de determinar a causa mortis.
Conforme a FAO, o dispositivo poderia ser adaptado de forma a detectar diferentes cepas do vírus da Influenza Aviária, inclusive a H5N1. Adicionalmente, o equipamento poderia enviar os resultados obtidos a uma central de controle, permitindo assim uma resposta muito mais rápida em caso de ocorrência de um surto da doença.
O encontro em Viena se estende até o final da semana (cinco dias de duração) e integra um projeto de pesquisa orçado em US$500 mil e desenvolvido conjuntamente pela FAO e pela Agência Internacional de Energia Atômica (OIEA, na sigla em inglês).
Dispor de testes e resultados mais rápidos significa ganhar tempo crucial na identificação das fontes de infecção, aumentando as chances de controlar ou mesmo evitar a disseminação dos vírus. Sob esse aspecto, o equipamento em desenvolvimento poderia ser adaptado para a detecção de outras doenças animais como, por exemplo, a febre aftosa.
O principal equipamento em avaliação no encontro é um laboratório móvel no valor de mil dólares, do tamanho de uma televisão portátil. Mas a meta dos pesquisadores é reduzir ainda mais as dimensões do dispositivo até chegar a uma “caneta-laboratório”.
As principais ferramentas de diagnóstico dos últimos 30 anos vêm sendo, todas, de caráter laboratorial, aí incluso o teste de ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay), técnica que se serve de proteínas e enzimas. Já a tecnologia mais moderna utiliza a técnica do PCR (Polymerase Chain Reaction), na qual se amplia e se efetua a leitura de uma pequena porção de DNA. É uma técnica que poderia ser adotada no “laboratório de bolso”.
“A grande vantagem de um dispositivo do gênero é que ele poderá ser utilizado por qualquer pessoa, após rápido e simples treinamento”, assegura John Crowther, que atua no desenvolvimento do projeto FAO/OIEA. E “qualquer pessoa” – segundo Crowther – significa também o próprio criador, que estará apto a realizar uma análise e enviar o resultado a uma central de dados, como uma mensagem SMS via telefone celular.
“Dentro de dois anos esse sistema de análise estará revolucionando o diagnóstico da Influenza Aviária”, antecipa o técnico da FAO/OIEA, mencionando que o atual surto da doença, que persiste desde novembro de 2003, já causou à avicultura asiática prejuízos de pelo menos US$10 bilhões.
Abaixo, em foto distribuída pela FAO, o laboratório portátil desenvolvido para a identificação de amostras do vírus da Influenza Aviária e que vem sendo avaliado (e provavelmente será aperfeiçoado) no encontro de Viena.
Fonte: AviSite