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Defesa agropecuária deverá enfrentar reestruturação
Stephanes já escolheu o novo secretário de Defesa Agropecuária. Será o médico veterinário Inácio Afonso Kroetz, especialista em reprodução animal e funcionário do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). "É uma pessoa firme, executiva, de enorme capacidade", afirmou o ministro ao Valor.
Com orçamento reduzido em 52% sobre o aprovado em lei pelo Congresso Nacional, a defesa agropecuária tem R$ 127,4 milhões para atender a todas as ações, desde a manutenção e equipamento da rede federal de laboratórios até o combate e prevenção a doenças como febre aftosa, gripe aviária, peste suína e Newcastle em frangos.
Nessa situação de penúria, Stephanes já começou a trabalhar para recompor recursos e convencer o governo da importância estratégica da área. "Na defesa, sem dúvida nenhuma, o custo-benefício de um corte é extremamente caro. Com certeza, vou ter que avançar com a equipe econômica", afirmou. "Sempre há um grau de eficiência onde se pode melhorar. Há casos que não. A defesa é um caso que dificilmente tem margem. Fundamentalmente, precisamos de mais recursos". Segundo ele, a ação não pode ficar "só dentro do Brasil". "Temos que entrar na Bolívia, no Paraguai. E mostrar o prejuízo que teremos caso não se adotem determinadas medidas".
Stephanes revelou que uma idéia em estudo é canalizar emendas parlamentares das bancadas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná para a defesa animal. "É importantíssimo para os seus Estados. Aí, se concilia o interesse da bancada, dos Estados e facilita o trabalho nosso. Já conversei com as bancadas. Mas, é claro, vamos conversar no governo. Tem que ter capacidade de convencer, argumentos para isso", disse ele.
O ministro também afirmou que dará prioridade ao seguro rural. "No caso do seguro, o próprio presidente recomendou que essa área fosse melhor estruturada. Significa mais dinheiro. Vamos ter que trabalhar". Símbolo da política agrícola elaborada pelo governo Lula para o setor, o seguro tem a garantia de R$ 20 milhões para subsidiar as apólices contratadas por produtores rurais. O instrumento sofreu corte de 55,5% sobre a previsão original de R$ 45 milhões e de 80% dos R$ 99,5 milhões destinados pelos parlamentares.
Fonte: Valor Econômico