O Ministério da Educação homologou na última quinta-feira (01) as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de graduação de Medicina Veterinária, definindo o prazo de dois anos para que as Instituições de Ensino Superior se adequem às exigências.

A construção das DCNs é resultado de um longo trabalho do Sistema CFMV/CRMVs, que atua desde 2014 na discussão e reformulação das normas entre as comissões nacional e estaduais de educação. Felipe Wouk, que coordenou as atividades nos últimos anos, afirma que a regulamentação traz ênfase à atuação profissional na saúde única e aborda as tendências globais na formação do médico veterinário.

“As novas diretrizes orientam não apenas o que deve ser ensinado mas, também, como deve ser ensinado. Fica explicitada a necessidade da adoção de práticas pedagógicas que privilegiem metodologias ativas, assim como o treinamento e a avaliação docente. Igualmente se estabelecem as características ideais de infraestrutura que permitam a consecução dos objetivos educacionais, como hospital escola, clínica escola, fazenda escola e laboratórios”, destaca.

Uma das principais alterações é o estágio em formação em serviço nos dois últimos semestres do curso, em que 90% da atividade do aluno será prática. “É o aprender fazendo nas diferentes áreas nucleares da formação médico-veterinária. Paralelamente, sinaliza a necessidade de introduzir o aluno em atividades de pesquisa, na iniciação científica”, avalia Wouk, no que descreve como uma grande mudança de paradigma curricular.

Além disso, as DNCs incorporam mais explicitamente a atuação profissional na saúde única. Trabalha-se com o perfil de um egresso envolvido com a saúde do homem e do meio ambiente, com ênfase nas doenças emergentes e reemergentes.

Por fim, afirma que “estas diretrizes atualizam e aperfeiçoam as anteriores por considerarem tendências globais da formação do médico veterinário no século XXI. É indicada a importância do desenvolvimento de atividades complementares, humanísticas, e não necessariamente ligadas às competências nucleares da profissão”.