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Médicos-veterinários discutem a profissão como atividade essencial para a saúde da população
Se há uma afirmação que foi evidenciada neste período de enfrentamento à Covid-19 é a de que os serviços médico-veterinários são atividades essenciais. No segundo e último dia do webinar A Medicina Veterinária no Pós-Pandemia, os palestrantes ressaltaram a importância da categoria para garantir a saúde da população no controle e prevenção de doenças.
A médica-veterinária Ana Lúcia Viana, diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresentou as ações que o ministério vem realizando para garantir a segurança dos produtos de origem animal desde o campo até a mesa do consumidor. “Elencamos como prioritárias a inspeção ante e post mortem e a certificação sanitária dos produtos. Também foram mantidas as medidas preventivas como vacinação contra doenças de impacto significativo na saúde pública ou na economia”, afirmou.
Apesar de não existir comprovação científica da transmissão de Covid-19 pela ingestão de alimentos ou embalagens contaminadas, o órgão reforçou as orientações de biossegurança na cadeia primária e cuidados com a saúde do trabalhador. Uma contaminação em massa na indústria, além de colocar em risco a saúde dos colaboradores e a segurança do alimento, pode gerar uma paralisação temporária de produção e consequentemente prejuízos imensuráveis para a economia.
“O Brasil é destaque internacional na exportação de produtos de origem animal e agropecuários como um todo. Nós médicos-veterinários temos que atuar na linha de frente porque só nós somos capazes de prevenir que doenças animais passem da etapa de produção e possam chegar no alimento na mesa do consumidor. Não temos nenhuma etapa pós-inspeção que possa garantir que o animal que deu origem àquele alimento está saudável”, finalizou.
Saúde pública veterinária
Para destacar o papel do médico-veterinário na saúde pública, o convidado da noite foi Nélio Morais, coordenador de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde de Fortaleza-CE e presidente da Comissão de Saúde Pública Veterinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). “Estamos diante de um cenário típico de zoonose que remete ao médico-veterinário a importância de estar presente e atuante nesse processo, buscando inovações para marcar a presença estratégica fundamental dentro da saúde pública mundial”, ressaltou sobre o atual momento.
A parte fundamental, destaca Morais, é atuar na vigilância. Segundo ele, o Brasil tem realizado o trabalho inverso ao ideal: espera a doença atingir a população para buscar uma cura; o certo seria utilizar o meio-ambiente e os animais como sinalizadores e assim prevenir a disseminação entre os seres humanos. Colocar em prática a Saúde Única. É nesse momento que o médico-veterinário pode se fortalecer no mercado de trabalho. É preciso, no entanto, sensibilizar os gestores das áreas, os prefeitos e secretários municipais quanto a lógica e importância de ter um profissional da categoria na equipe da saúde.
Para o futuro, ele acredita que se deve “investir em pesquisa e ciência para trazer respostas e transformá-las em ações de campo efetivas para garantir a segurança dos animais e seres humanos”. Além de utilizar as mídias disponíveis para se comunicar de modo claro e efetivo com a população.
Zootecnia
Hoje, a partir das 19h, você pode acompanhar o nosso webinar A Zootecnia Pós-Pandemia. Antônio Chaker, que atua no ramo de consultoria em gestão agropecuária há 22 anos, trará sua visão quanto ao papel que os zootecnistas podem assumir na recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) após a pandemia; o bate-papo com Pedro Veiga também é imperdível: ele abordará a perspectiva da nutrição animal diante da nova realidade do mercado. Ainda dá tempo de se inscrever: https://bit.ly/3fqzwDe.
O evento é uma realização dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária dos Estados da Bahia (CRMV-BA), do Ceará (CRMV-CE), de Minas Gerais (CRMV-MG), do Pará (CRMV-PA), do Paraná (CRMV-PR), do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) e do Rio Grande do Norte (CRMV-RN).