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Saúde Única

Interação com animais impacta na saúde física e psicológica


Publicado em: 24/06/2022 15:00 | Fonte/Agência: CRMV-PR | Categoria: Saúde Única

 


Conheça as práticas, as novas diretrizes e a importância do médico-veterinário na intervenção assistida de animais

Do âmbito acadêmico aos hospitais, a interação dos animais com pacientes e profissionais da saúde tem se revelado uma prática que traz benefícios tanto para saúde física como psicológica dos seres humanos, bem como promove o bem-estar de todos os envolvidos.

Práticas acadêmicas

A Dra. Claudia Pimpão, presidente da Comissão de Saúde Única – CRMV-PR, destaca que na literatura acadêmica, as Intervenções Assistidas por Animais (IAA) podem ser classificadas de três formas: Atividades Assistidas por Animais (AAA), Terapias Assistidas por Animais (TAA) e Educação Assistidas por Animais (EAA).

“Na clínica fisioterapia, na universidade onde leciono, os pacientes com lesão neurológica permanente mostraram-se mais entusiasmados em realizar os exercícios com a presença dos cães. Inclusive, os resultados obtidos nas Intervenções Assistidas por Animais, fez com que, além de compor a matriz pedagógica do curso de Medicina Veterinária, a disciplina de TAA ganhasse espaço em vários cursos de graduação”, explica Claudia.

Práticas em hospitais

No âmbito hospitalar, a médica-veterinária Letícia Sera Castanho iniciou há 16 anos, um projeto de Intervenções Assistidas por Animais (IAA) com terapias e atividades, envolvendo cães e gatos em uma casa de repouso na cidade da Lapa. O programa se expandiu para Curitiba, onde hoje atende 10 hospitais, incluindo tratamentos de pessoas com Parkinson, câncer e até mesmo em estágio terminal. 

“Nesses anos de atuação, mais voluntários aderiram a esse sonho que tem revelado o quanto a presença dos animais ajuda a desviar o olhar da dor de pessoas que estão doentes e em tratamentos para despertar de volta a alegria e boas emoções. Já tivemos depoimentos de até mesmo pessoas que diminuíram o tempo de internação”.

Práticas em asilos

Outra prática que mostra a presença dos animais na saúde e bem-estar dos humanos são os trabalhos voluntários em asilos. Rafael Wisneski, especialista em manejo comportamental de cães e gatos e voluntário em ações sociais há mais de 10 anos, compartilha que os animais ajudam muito na saúde mental, reduzindo níveis de estresse e ansiedade, aumentando o nível de atividades físicas principalmente de pessoas idosas.

“Os animais desenvolvem laços afetivos, servindo como ponto de apoio às questões psíquicas e emocionais e também servindo de catalisadores para relações sociais. Todo este conjunto colabora com a saúde mental. Essa é uma colaboração em três níveis: ajudamos pessoas desprovidas de contato humano utilizando os animais; alocamos os animais de forma lógica em um trabalho que também traz benefícios para eles e nós, voluntários, recebemos a gratidão não só dos assistidos, mas também de todas as pessoas que circundam a instituição”, conta Wisneski.

“Todos os animais selecionados para as visitas passam por avaliações clínicas realizadas por médicos-veterinários, que avaliam peso, vacinam, vermifugam e orientam acerca de questões de higiene a fim de atender os protocolos sanitários necessários. Esse processo se repete anualmente, e também os animais são avaliados pré e pós-visitas, completa Wisneski.

Novas diretrizes e o papel do médico-veterinário

Recentemente, estudos da Academia Brasileira de Medicina Veterinária Intensiva (BVECCS), e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira e Grupo de Estudos Medicina Veterinária Intensiva (AMIB) levantaram a necessidade de estabelecer diretrizes que possam garantir aos pacientes e profissionais das instituições hospitalares e também para os animais e seus tutores/familiares um ambiente ainda mais seguro em relação aos riscos de contaminação por bactérias multirresistentes.

Entre os temas destacados estão às questões como a inclusão ou exclusão compulsória para visita de animais na UTI, recomendações gerais que tangem a higiene do animal; transporte nas dependências hospitalares; bem como manutenção em caso de visita contínua; interação paciente-animal-equipe, e procedimentos necessários após as visitas.

“Neste contexto, o papel dos médicos-veterinários ganha ainda mais importância, uma vez que com essas novas diretrizes eles podem assinar o atestado (modelo disponível no site www.amib.com.br), verificar se os animais apresentam a higidez clínica, vermifugação e controle de ectoparasitas assegurados e que tenham vacinações atualizadas (seguir Guia WSAVA)”, comenta Rodrigo Rabelo um dos pesquisadores do estudo.

Clique no arquivo abaixo para conferir todas as diretrizes.


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