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Ponta Grossa é o primeiro destino do circuito para enfrentamento da esporotricose no Paraná


Publicado em: 16/02/2023 16:30 | Fonte/Agência: CRMV-PR | Categoria: Geral

 


O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Paraná (CRMV-PR), em parceria com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, realizou na última terça-feira (14), o primeiro evento do Circuito de Treinamento para o Enfrentamento da Esporotricose nos Estabelecimentos Médico-Veterinários do Paraná. Ao todo, o evento reuniu no formato presencial 171 profissionais e acadêmicos de Medicina Veterinária.  
 
Um time de seis palestrantes conduziram a programação, apresentando as legislações que os profissionais precisam ficar atentos, a importância da notificação da esporotricose para rastrear e planejar as ações no Estado, os casos e as medidas de controle em Ponta Grossa, bem como os estudos e as experiências com diagnósticos e tratamentos da esporotricose no Brasil. 

Proposta do Circuito 

“A proposta do circuito é conscientizar e orientar os médicos-veterinários, em especial os clínicos de pequenos animais, sobre o crescimento dos casos de esporotricose no Estado do Paraná. Tudo isso, com o propósito de estabelecer uma rede de enfrentamento por meio de união dos profissionais, órgãos públicos estaduais e municipais, instituições privadas e a sociedade em geral, a fim de proteger a saúde animal e humana”, explicou o médico-veterinário e secretário-geral do CRMV-PR, Leonardo Nápoli. 

Prevenção em Ponta Grossa 

“Até janeiro de 2023, Ponta Grossa registrou nove casos de esporotricose, todos em felinos, sendo sete casos autóctones e dois importados. O evento realizado nesta semana foi de suma importância para reforçar a prevenção, uma vez que sabemos de mais casos nas regiões vizinhas, precisamos cuidar ainda mais com o diagnóstico e o tratamento junto aos médicos-veterinários, visando o controle dessa zoonose”, destacou o médico-veterinário e coordenador do Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, Leandro Monteiro Inglês. 
 
A importância da notificação da doença 

A esporotricose não é de notificação obrigatória no âmbito federal, entretanto, devido o aumento dos casos animal e humano registrados no Paraná, a Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVVZI/CVIA/ DAV/SESA) tornou desde março de 2022, a doença de interesse estadual e de notificação obrigatória dos casos suspeitos de esporotricose animal e humana (Res. SESA nº 093/2022). 

“O médico-veterinário é essencial no processo de vigilância desta doença, uma vez que está diretamente ligado ao diagnóstico da esporotricose animal e deverá notificar o caso para a Vigilância em Saúde dos municípios, auxiliando assim na quebra do ciclo de transmissão animal-humano”, esclareceu Raquel Cristina Marra, promotor de saúde profissional da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações - Coordenadoria de Vigilância Ambiental - SESA-PR.  

Contenção da disseminação 

“A evolução da esporotricose é um desafio para os grandes centros, em vista da urbanização e favelização. Ela é desencadeada pela necessidade de moradia e condicionantes econômicos e sociais, além da fraqueza de políticas públicas. Neste cenário, o Rio de Janeiro, por exemplo, pode ser considerado o epicentro da disseminação da esporotricose para outros estados e municípios. Por isso, ações preventivas e de monitoramento de vigilância são fundamentais neste cenário”, reforçou o médico-veterinário, Paulo Abílio Varella Lisboa,  pesquisador e coordenador do Serviço de Saúde Única do ICTB/FIOCRUZ-RJ e presidente da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ. 
 
Tratamento da esporotricose 

“A esporotricose felina, por se tratar de uma dermatozoonose, exige um diagnóstico precoce que direcione medidas para mitigar o contágio humano, de animais contactantes e a disseminação da doença. O fornecimento do tratamento pelo poder público, associado à posse responsável, são fundamentais para controlar a enfermidade nos gatos e impedir sua propagação em centros urbanos”, afirmou a médica-veterinária e pós-doutoranda da PUCPR,  Fabiana dos Santos Monti.   

Desafios da esporotricose  

“A esporotricose zoonótica causada pelo Sporothrix brasiliensis acomete principalmente gatos domésticos e tem se disseminado em centros urbanos em todo Brasil. Por se tratar de uma dermatozoonose, a educação da classe médico- veterinária, para reconhecimento precoce da doença, associada às estratégias de políticas públicas e de posse responsável são fundamentais para conter a expansão do agravo e promover a saúde coletiva”, esclareceu o médico-veterinário e professor de Dermatologia Veterinária do Curso de Medicina Veterinária na PUCPR- Marconi Farias. 
 
O circuito que começou em Ponta Grossa, agora deve seguir para Palotina, Cascavel e Foz do Iguaçu.

Confira todas as fotos do evento aqui: https://www.flickr.com/photos/197709003@N04/albums/72177720306043951

 


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