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Mais de 430 profissionais e acadêmicos participam do circuito de enfrentamento da esporotricose no Oeste Paranaense
Palotina, Cascavel e Foz do Iguaçu receberam nos últimos dias 21, 22 e 23 de março, o Circuito de Treinamento para o Enfrentamento da Esporotricose em Estabelecimentos Médico-Veterinários do Paraná. Ao todo, o evento reuniu 437 participantes entre médicos-veterinários, acadêmicos e profissionais da saúde.
O evento promovido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Paraná (CRMV-PR), contou com o apoio da Secretaria da Saúde do Estado do Paraná (Sesa-PR), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e das Secretarias Municipais de Saúde.
Em cada encontro foram apresentados um panorama da situação nos municípios, bem como as responsabilidades judiciais e administrativas do médico-veterinário, orientações sobre diagnóstico e tratamento da esporotricose com intenção de somar esforços nas áreas ambiental, animal e humana, para evitar que a doença atinja altos índices no Estado.
“A Região Oeste é uma das que tem registrado o maior número de casos de esporotricose no Paraná, em especial no município de Foz do Iguaçu. Por isso, nosso evento teve como intenção trabalhar fortemente na prevenção - nos municípios paranaense que sinalizam os primeiros casos - até ao combate - nos locais onde a esporotricose está mais preocupante”, explica o médico-veterinário, Leonardo Nápoli, também secretário-geral do CRMV-PR.
Os palestrantes que representaram os municípios que receberam o circuito comentaram sobre a importância do tema e expectativas pós-evento. Confira abaixo:
Palotina
“O evento contribuiu para atuarmos de modo preventivo e manter a prevalência baixa de esporotricose em Palotina. Também foi importante para esclarecer o que deve ser feito em casos de suspeita da doença. Foram passadas orientações de como e onde fazer as notificações. Tanto os estudantes quanto os profissionais tiveram uma boa recepção do evento. Compartilharam que foi esclarecedor, com muitas informações e orientações relevantes, para nortear as ações referentes à esporotricose animal e humana”, conta a médica-veterinária, Laura Helena França de Barros Bittencourt, que atua na Secretaria Municipal de Saúde Palotina.
Cascavel
“O evento foi muito importante, tanto por sensibilizar a comunidade acadêmica e da medicina veterinária, quanto o poder público sobre as questões relativas ao enfrentamento da esporotricose. Em 2022 e neste início de 2023, temos contabilizados sete casos positivos em felinos, dois em investigação e um caso positivo em humano e outro em investigação. Esses dados apontam a urgência em estabelecermos todas as ferramentas para o enfrentamento, sem as quais perderemos a possibilidade do controle”, destaca o médico-veterinário, Luís Eduardo da Silveira Delgado, fiscal do Setor de Zoonoses da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde de Cascavel.
Foz do Iguaçu
Em Foz do Iguaçu, o Centro de Controle de Zoonoses do município vem investigando os casos de esporotricose zoonótica desde 2019. De lá para cá, os casos em felinos vêm aumentando significativamente (17 casos em 2019, 17 em 2020, 111 casos em 2021 e 221 casos em 2022). Assim como ocorre em outros municípios do Brasil, os casos humanos em Foz do Iguaçu também têm aumentado, acompanhando os casos felinos. Somente nos três primeiros meses, foram notificados mais casos humanos (39 casos) do que o total de casos de 2022 (20 casos).
“Embora seja uma zoonose com baixa mortalidade e baixa letalidade, é uma doença complexa e seu enfrentamento prescinde necessariamente da visão de Saúde Única. Eventos como esses são fundamentais para melhoria no atendimento dos animais e de seus tutores, pois possibilita atualização e troca de conhecimentos”, afirma a médica- veterinária Luciana Chiyo, do Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu.
“O médico-veterinário que trabalha na clínica de Pequenos Animais encontra um momento oportuno de demonstrar à sociedade que é um profissional da Saúde, e com isso, valorizar ainda mais a profissão. É necessário estar atualizado para poder informar corretamente sobre o correto manejo dos gatos e como evitar a doença. Nesse sentido, o CRMV - PR, como órgão de classe, atua como facilitador do diálogo entre profissionais das áreas pública e privada, pois traz temas atuais e de relevância à profissão e à sociedade”, conclui Luciana.
Confira as fotos dos eventos: https://www.flickr.com/photos/crmvpr/albums