O resultado foi divulgado na manhã da última terça-feira (10) pelo presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), Décio Coutinho, durante entrevista coletiva na sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder), em Cuiabá.

A 1 º etapa da campanha aconteceu entre os meses de janeiro e fevereiro em animais de zero a 12 meses, foi atingida a marca de 98,40%, que totalizou em todo o Estado 5.107.812 cabeças. A 3º etapa de vacinação será realizada em novembro, envolvendo todo o rebanho do Estado, ou seja, de mamando a caducando. “As três etapas são fundamentais na prevenção da doença. Os animais jovens, por exemplo, recebem três doses por ano, o que reforça sua imunidade e capacidade maior de resposta ao vírus”, explica Décio Coutinho.

De acordo com o presidente do Indea-MT, o sucesso da campanha se deve a conscientização do pecuarista e dedicação dos profissionais das diferentes entidades que trabalharam na sua realização. “Hoje sabemos que 100% do rebanho do Estado de Mato Grosso foi vacinado e que estamos livres da aftosa. Infelizmente, houve uma pequena parcela de criadores que não realizou a vacinação voluntária, mas foram obrigados a fazê-lo de forma compulsória. Essa é a função do Estado: dar a garantia a quem realizou o dever de casa que todo o rebanho vai estar imunizado. Daí as sanções e as multas em quem deixou de vacinar”, diz Décio Coutinho.

Apesar de ter o maior rebanho bovino do país, Mato Grosso teve uma diminuição em relação ao ano de 2006, isso em função ao abate de fêmeas adultas. No ano passado havia 10.525.173 cabeças, em 2007 esse número caiu para 10.193.182. Em contrapartida, conforme os dados do Indea-MT, o percentual de animais vacinados nesse período em 2007 foi maior, 99,23%, contra 98,83% no ano passado. O saldo positivo é que o estado continua há 11 anos sem apresentar nenhum caso da doença.

De todos os municípios onde foram realizadas as vacinações, alguns deles apresentaram um índice inferior a 98%. O que, de acordo com Décio Coutinho, é motivo de preocupação para o Indea-MT. Entre eles estão: Santo Antônio do Leverger, Rosário Oeste, Nobres, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Chapada dos Guimarães, Tapurah, Santa Rita do Trivelato, Itiquira, Tesouro, São Felix do Araguaia, Barra do Bugres, Diamantino, Nova Olímpia, Alto Paraguaia e Paranaíta.

Dos municípios que apresentaram índice inferior a 98%, três deles preocupam um pouco mais, um por ser reincidente: Tapurah. Os outros dois, pelo fato de apresentarem um alto número de animais não vacinados já na primeira vez em que não conseguem alcançar um índice ideal: Itiquira e Paranaíta. Na avaliação do Indea-MT, nos municípios em que os índices não foram satisfatórios há um número muito alto de pequenas e médias propriedades rurais.

Em Itiquira, por exemplo, há uma preocupação com os índices, conforme Décio Coutinho, devido os seguintes números. No município há 241 mil cabeças de gado em 462 propriedades. Destas, seis não realizaram vacinação, com uma média de 577 animais sem vacinação em cada uma delas. “Nos municípios onde há um número alto de pequenas propriedades temos que mudar a estratégia de trabalho e contar com um apoio maior da sociedade organizada e da assistência técnica, pois o trabalho maior é de conscientização, já que se trata de pequenas propriedades. Só assim podemos reverter o quadro já na próxima campanha”, avalia o presidente do Indea-MT.

Os municípios que apresentaram o maior índice de vacinação foram Sinop (99,98%), Cáceres (99,97%), Pontes e Lacerta (99,87%), São Felix do Araguaia (99,56%) e Barra do Garças (99,43%).

Além do Indea-MT, participaram da divulgação dos números representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder-MT), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Fundo Emergencial de Febre Aftosa (Fefa), Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Conselho Regional de Medicina Veterinária, Sociedade Mato-grossense de Medicina Veterinária, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso (Senar-MT) e repórteres de veículos de comunicação da Grande Cuiabá.

Fonte: Governo do MT