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SC suspende abates por causa de fiscais agropecuários
Ele afirmou que, na primeira semana da greve, as agroindústrias conseguiram estocar a produção nas câmaras frias. Só que o espaço está lotado e não há mais contêineres disponíveis. Cerca de 25 mil toneladas de carne estão paradas nas unidades industriais. Só a Seara tem sete mil toneladas paradas. A Sadia e a Perdigão têm pelo menos quatro mil toneladas cada em suas unidades. Isso sem contar o volume retido no porto de Itajaí.
A unidade da Sadia de Chapecó, por exemplo, tinha 50 caminhões parados no pátio da empresa. Estão sendo liberados apenas 12 cargas por dia. “Isso é uma bola de neve”, disse o diretor de Produção de Aves da Sadia e presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ronaldo Kobarg Müller.
Ontem, o Sindicarnes fez um apelo aos fiscais agropecuários para que aumentem o percentual de 30% da liberação de cargas, conforme o previsto em lei. “A greve deles deve ser contra o governo e não contra as agroindústrias”, disse o diretor do Sindicarnes, Ricardo Gouvêa. Ele estima que o prejuízo com a paralisação já atinge US$ 50 milhões.
Segundo o coordenador da Câmara do Porto da Associação Empresarial de Itajaí (ACII), Fabrício Gomes Philipi, por causa da paralisação dos fiscais, os navios estão embarcando em média, com 30% menos do que a carga prevista. Metade das mercadorias escoadas pelo portoé de carne congelada, que depende de fiscalização do Ministério da Agricultura para poder sair do Brasil.
Grevistas procuram o apoio dos parlamentares
Com a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional, a partir de hoje, os fiscais federais agropecuários tentarão conseguir o apoio de parlamentares da bancada ruralista para as reivindicações da categoria.
Os fiscais querem reajuste médio de 45% sobre os vencimentos básicos. O governo oferece 12,49%, Como forma de pressioná-lo, os fiscais fazem uma paralisação programada para durar, pelo menos, até sexta-feira.
A Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) informou que a categoria pode entrar em greve por tempo indeterminado depois da sexta-feira.
Os fiscais tentarão se reunir com deputados da Comissão da Agricultura e Reforma Agrária da Câmara e com senadores da bancada ruralista.
Apesar do aparente desinteresse pela greve, o governo continua atento à situação. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou estar “preocupado” com a situação devido aos possíveis impactos financeiros da paralisação. A categoria é responsável pela fiscalização das cargas agrícolas que transitam pelo País.
Fonte: A Notícia