Publicado em: 08/08/2007 11:05 | Categoria: Geral
De acordo com Marne Sidney de Paula Moreira, pesquisador e cientista social da Embrapa, por volta de 80% dos produtores de leite fazem a ordenha manual. “O que nós fizemos foi reunir utensílios que já existem no mercado para verificar qual a melhor forma de utilizá-los”, comenta.
Uma das providências é amarrar ao corpo, na altura das nádegas, o banquinho no qual o produtor se senta para ordenhar. Isso evita o contato das mãos com o assento que, geralmente, está sujo por fezes e urina dos animais. “O uso correto do kit resulta num leite seguro ao consumidor do ponto de vista sanitário e nutricional”, diz.
Ao todo, cem propriedades rurais de diversas regiões do país foram visitadas e analisadas. Nelas, foram coletadas três amostras de leite antes e depois do emprego do kit. “O resultado foi um esplendor”, anima-se Moreira. Em Pernambuco, por exemplo, dados apurados com um grupo de produtores indica que a contagem bacteriana caiu de cerca de 820 mil UFCs (Unidades Formadoras de Colônias) de bactérias por mililitro para cerca de 133 mil UFCs/ml.
Segundo a Embrapa, as experiências mostram que as medidas reduzem de 40% até 85% a contaminação microbiana inicial do leite. “Com isso, há uma melhor remuneração para o pecuarista, pois os laticínios compram e pagam conforme a qualidade sanitária do leite”, explica Moreira.
Segundo Marne Sidney de Paula Moreira, há no Brasil mais de um milhão de pequenos produtores de leite, de origem bovina ou caprina, que podem ser beneficiados com a tecnologia criada pela Embrapa. “O kit ajudaria a mantê-los na cadeia produtiva do leite”, diz. Segundo Moreira, estimativas indicam que o país produz aproximadamente 25,5 bilhões de litros de leite bovino por ano.
Fonte: Bom Dia Bauru