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Fraude no leite pode manchar a imagem do Brasil no exterior
"Ainda não recebemos solicitamos de explicações por parte dos nossos clientes", diz a trader Paula Broisler, da Serlac Trading, principal exportadora de lácteos do Brasil. Apesar de esperar que o País não tenha reflexos negativos no mercado internacional, ela teme que isso possa ocorrer. Para o trader Otávio Farias, da Hoogwegt do Brasil , uma fraude no leite exportado é quase impossível. "Quem exporta é muito sério e não vai querer brincar com isso", afirma. Além disso, segundo ele, quem compra faz uma análise cromatográfica, que teria como verificar qualquer anormalidade.
Também com o argumento de que o País não exporta leite UHT, o presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leiteira da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, diz que a questão é muito localizada. "Entretanto, é bom a gente ter juízo porque acaba criando problemas assim como focos de aftosa, que provocaram um descrédito do País", avalia. Alvim lembra ainda que apesar de as cooperativas captarem 40% do leite produzido no Brasil, não processam todo esse volume. Na sua avaliação, com a entrada da Polícia Federal, nunca ficou tão seguro consumir leite. "Quem fraudava, parou", acredita.